De Pindamonhangaba para o mundo.

Pindamonhangaba fica no interior de São Paulo, há exatamente 150 kilometros da Capital.Uma cidade pacata, estranha, com toque de recolher, onde as pessoas somem às 22:00 da rua, os bares fecham e o que ficam são só os lugares subterrâneos, onde tudo pode acontecer. Só quem sabe o lugar dessas passagens pode afirmar que existe vida noturna em Pindamonhangaba. E é daqui, dessa subterraneidade que eu observo e escrevo tudo aquilo que acontece aos arredores do meu cotidiano.

20 maio 2006

Pedrinho


Dia desses conheci Pedrinho, menino arteiro, levado da breca, que me cativou pelo sorriso. Menino de personalidade forte, que preservou na alma a essência de criança.
Por conta disso, meus dias tem sido diferentes, porque me divirto a todo instante com Pedrinho, que me conta suas aventuras, seus aprontos, suas conquistas, com um brilho nos olhos e uma simplicidade que eu jamais tinha visto, e eu vibro com cada história, como se estivesse ouvindo do meu autor predileto, pessoalmente, uma aventura inédita.
As vezes ele tenta me tirar do sério, porque disse que não fico brava nunca, então, travesso como ele só, consegue me deixar brava por alguns segundos, mas depois ele vem com mais uma travessura e eu boba que sou, volto a rir em seguida.
Ele sempre me faz críticas, e eu gosto da sinceridade dele, me diz que sou a pessoa que faz a interpretação mais esquisita dele, diz até que odeia gente que não sabe interpretar e eu do lado de cá, fico rindo, porque sou teimosa e insisto nas minhas interpretações errôneas e aceito as dele, com carinho.
Tem me ensinado muito sobre música, sobre a vida, sobre meus antepassados, conversar com Pedrinho é sempre uma aula, daquelas que a gente assiste acordadíssimos, sábado de manhã.
Tentamos discutir alguns assuntos, as vezes sem sucesso, porque atencioso em cada vírgula, cisma com qualquer palavra que soe estranho:
- Como assim principais?
Quando é assim, eu já aprendi, melhor deixar pra conversar pessoalmente.

Aprendi também que a amizade não precisa ter anos para ser consolidada, pelo menos não nesse caso, pois me sinto tão amiga desse menino, e nem vou usar o clichê : - Parece que nos conhecemos há anos, porque o meu encanto é conhece-lo há tão pouco, e já gostar tanto dele. Talvez até vocês me digam: - Vai ver que é por isso mesmo gosta dele, por não conhece-lo muito, mas não é nada disso, vocês não conhecem Pedrinho, ele não é nada fácil, ainda bem.

Essa boa amizade tem me feito tão bem, que já estou pensando em patentear Pedrinho, como bom causador de momentos felizes.

Por mais que ele se auto intitule Peter Pan e por mais que as mulheres tenham pavor de homens com tal síndrome, eu posso afirmar que isso não me atinge, pois queria mesmo é que ele continuasse eternamente esse menino tão sincero que conheci.

posted by Fata @ 5:28 AM - Desenvolvimento de Sites (pura propaganda) 2 comments

19 maio 2006

Supervisão

Hoje foi o dia da supervisão aqui em casa.
Dia da supervisão é o dia em que a minha avó cisma que alguma coisa está perdida, então ela quer ter certeza que não está. Ela nem está precisando, mas ela quer. As coisas acontecem assim:
- Débora, eu quero a blusinha que a sua bisavó bordou pro seu pai quando ele nasceu.
Provavelmente a última vez que essa blusinha foi vista, foi em meados de 1945.
- Não sei que blusinha é essa não.
- Mas traga aqui que eu digo se é ou não
Então eu passo tempo e mais tempo procurando a bendita blusinha de 1945 e ai de mim se não a encontro, parece até gincana escolar, fase avançada.
- Mas pra que a senhora quer?
- Não te interessa.
2 horas depois, quando a casa toda está mobilizada com a situação em busca da peça, vó chorando porque ninguém guarda as coisas dela direito, empregada que deixa de lavar roupa, pai que acorda, eu que deixo meu trabalho, todos na busca, finalmente a gente encontra e leva pra ela.
- É essa aqui?
- Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhh...é, deixa eu ver.
- Pronto?
- Pronto, agora pode guardar de novo.

posted by Fata @ 2:44 PM - Desenvolvimento de Sites (pura propaganda) 2 comments